Moradores da região do Vetor Norte de Minas Gerais, incluindo cidades como Lagoa Santa, Vespasiano, Pedro Leopoldo, Matozinhos, Sete Lagoas e outras, estão se mobilizando contra a proposta do Governo de Minas Gerais de conceder à iniciativa privada trechos das rodovias MG-010, MG-424 e LMG-800. Essa concessão poderá resultar na instalação de 13 pedágios ao longo dessas rodovias, que dão acesso ao Aeroporto de Confins, à Serra do Cipó e a várias cidades da Grande BH.
Principais Pontos de Conflito
– Falta de Consulta Pública: Os moradores criticam a falta de consulta à população antes da implementação da medida, argumentando que os impactos financeiros, sociais e econômicos não foram adequadamente considerados[1][2][5].
– Impactos Financeiros e Sociais: A principal preocupação é com os trabalhadores que dependem do deslocamento diário pelas rodovias, além do potencial impacto negativo no turismo local, especialmente em cidades como Lagoa Santa, conhecida por suas belezas naturais e infraestrutura turística[1][2][4].
Detalhes da Proposta
Sistema de Pedágios: A proposta inclui o uso do sistema de pedágios “free flow” (fluxo livre), que permite a cobrança sem a necessidade de paradas ou redução de velocidade dos motoristas. Este modelo já foi implementado em outras rodovias, como a MG-459 em Monte Sião[2][5].
Localização dos Pedágios: Os pedágios estão previstos em vários pontos das rodovias MG-010, MG-424 e LMG-800. Por exemplo, na MG-010, os pedágios serão instalados nos km 17,4, 27,6, 46,4 e 93,4. Na MG-424, nos km 4,2, 10,1, 15, 23,7 e 35,8. Na LMG-800, nos km 5,6 e 11,4[5].
– Balanças para Pesagem de Veículos:** Além dos pedágios, também serão instalados pontos de pesagem de veículos de carga em dois locais da MG-010[5].
Investimentos e Serviços
Contrato e Investimentos: O contrato com as empresas vencedoras da concessão prevê investimentos de cerca de R$ 3 bilhões ao longo de 30 anos e mais R$ 1,3 bilhão em serviços aos usuários, incluindo atendimento médico de emergência e guincho[1][2][5].
Melhorias nas Rodovias: O projeto inclui a construção de contornos viários em Lagoa Santa, Prudente de Morais e Matozinhos, somando mais de 31 quilômetros de novas rodovias com pistas duplicadas[2][5].
Reações e Ações dos Moradores
Abaixo-Assinado e Protestos: Os moradores organizaram um abaixo-assinado e estão planejando manifestações contra a medida. Até recentemente, quase 8 mil pessoas já haviam aderido ao abaixo-assinado virtual. Um protesto estava marcado para a semana em Lagoa Santa[1][2][4].
Consulta Pública: A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) realizou audiências públicas em novembro e permitiu que os cidadãos contribuíssem com sugestões ao projeto até 12 de dezembro, por meio de consulta pública[1][2][5].
A mobilização dos moradores reflete a preocupação com as implicações da implementação de pedágios nas rodovias, destacando a necessidade de uma avaliação mais aprofundada dos impactos da medida.